domingo, 4 de agosto de 2013

Dormente

Ferrovia vital, apito infernal
em meu corpo dormente a linha chia 
de mãos dadas, não sei se corro, se morro
já que é a luz no fim do túnel que me guia
Alegria já não é rara
hoje em dia quase sempre tem
Na calada da noite ela grita meu nome
mas eles dizem que é o apito do trem

Só um perfume é como o da tinta
que eu cuspo, voraz, no papel
penetra uma, outra narina
descendo a guela com gosto de mel
me furta o juízo esse cheiro/sabor
pois o sinto em ruas desertas
terrenos baldios, casas fechadas
em cada dor estancada de feridas abertas

é minha costela, eu sei
pois sem ela nada caminha
meu peito vazio e a mente
vão como caneta sem linha
é minha costela, eu sei
pois me dói quando fica doente
não sou nada do que deveria
Sou aquele trem sem dormente

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